Um problema tem assolado os estudantes da rede pública desde as férias de início de ano: a ameaça do corte do Rio Card. Para quem não está por dentro, vamos fazer uma retrospectiva: em torno de dezembro do ano passado, a FETRANSPOR (associação de empresas de ônibus do RJ) entrou com uma ação na justiça para a retirada do Rio Card alegando sua inconstitucionalidade e orçamento insuficiente para as gratuidades.
Bem, como todos sabemos, a FESTRANSPOR ganhou e, desde então, o direito de ir e vir do estudante tem sido ameaçado.
Outro problema ligado ao mesmo tema vem sendo explorado: os empresários do Metro não vão mais aceitar o Rio Card. Agora eles bolaram um metro card, que restringe progressivamente o acesso do estudante ao metrô. Só terão direito a gratuidade, estudantes que tem o privilégio de estudar e morar em uma escola que esteja próxima a alguma estação. E mesmo sob esse regime, só poderão descer nesses dois pontos do percurso...
Mas, se os empresários achavam que nós ouviríamos calados essa quebra de nossos direitos, eles estavam enganados. A grande parte dos estudantes, grêmios e movimentos sociais se articularam e e se articulam ainda mais, para garantir que nossos direitos sejam no mínimo reconhecidos e praticados (mais do que deveriam ser, pois muitos se esquecem que educação de um estudante não se limita ao caminho de casa para a escola, uma vez que todos os estudantes tem o direito conferido pela lei de usufruir de cultura, o que incluiria por exemplo, uma visita ao cinema, teatro ou museu. E as 6 passagens diárias cedidas até então são insuficientes muitas vezes para tal..)
Passeata do dia 19 de março: Jardim Botânico fechada!
Havia sido vinculado no programa de Rádio “ A Voz do Brasil”, que o rio card seria suspenso no próximo dia 20. Reagindo a esta afronta, os estudantes dos colégios Cap- UFRJ, C.E André Mourois e C.E Inácio Azevedo Amaral marcaram uma mini passeata para o dia 19, para fechar a jardim Botânico e se fazer escutar. Embora tenha tido alguns inconvenientes, o saldo da passeata foi boa, pois conseguiu trazer novamente a mídia a questão do passe livre que seria cortado. Mas esta, só seria uma preliminar da que realmente aconteceria no dia 28 de março...
Passeata do dia 28 de março: Centro da Cidade Parado;
28 de março de 1968: O estudante Édson Luiz foi morto por polícias em confronto de manifestantes, em plana ditadura militar. Desde então, o dia tem sido consagrado como o dia do estudante, em sua homenagem.
28 de março de 2007: Mais de 5000 estudantes param as ruas do Centro, para clamar pelos seus direitos, e se fazer ouvir.
A passeata, com cunho pacífico, marchou pela Rio Branco (trazendo uma grande onda de manifestantes), passou pelo MEC e caminhou até o Tribunal de Justiça. Neste pequeno trajeto é que começaram as primeiras turbulências: uma briga entre os estudantes que estavam no carro de som fez com que o único microfone fosse quebrado, e a passeata ficasse sem uma voz de comando. Um pouco depois, segundo os policias “por causa de uma pedra jogada no Tribunal de Justiça” a policia se viu no direito de avançar violentamente em vários manifestantes. Mas não iria parar por ali...
Os manifestantes se estabeleceram de novo, ocuparam as escadarias da Alerj e fecharam a primeiro de março. Aí começou o maior ponto de tensão: chegou o choque. Os estudantes fizeram uma barreira humana para a primeiro de março, até que muitos dispersaram e começou o ataque de gases lacrimogêneos. A resistência continuou.. Foi feita uma barricada, mas poucos estudantes permaneceram no local. Aqueles que apenas querem os seus direitos foram mais uma vez duramente reprimidos pela máquina do estado sob uma justificativa que englobaria uma parcela mínima de um grupo enorme como aquele... (aliás, até o Caveirão apareceu por lá...)
Entretanto, mais uma vez, o saldo dessa passeata foi positivo. Para quem dizia que o estudante estava alienado e que seria impossível uma grande mobilização, estava errado. Infelizmente, a mídia distorceu os fatos e tratou todo um movimento estudantil com organização e fundo ideológico inclusive, como uma grande baderna. Alguns policiais foram atrás de grêmios como o do Iserj. Eles podem querer nos reprimir, nos caluniar, mas não irão calar nossa voz.
Bem, como todos sabemos, a FESTRANSPOR ganhou e, desde então, o direito de ir e vir do estudante tem sido ameaçado.
Outro problema ligado ao mesmo tema vem sendo explorado: os empresários do Metro não vão mais aceitar o Rio Card. Agora eles bolaram um metro card, que restringe progressivamente o acesso do estudante ao metrô. Só terão direito a gratuidade, estudantes que tem o privilégio de estudar e morar em uma escola que esteja próxima a alguma estação. E mesmo sob esse regime, só poderão descer nesses dois pontos do percurso...
Mas, se os empresários achavam que nós ouviríamos calados essa quebra de nossos direitos, eles estavam enganados. A grande parte dos estudantes, grêmios e movimentos sociais se articularam e e se articulam ainda mais, para garantir que nossos direitos sejam no mínimo reconhecidos e praticados (mais do que deveriam ser, pois muitos se esquecem que educação de um estudante não se limita ao caminho de casa para a escola, uma vez que todos os estudantes tem o direito conferido pela lei de usufruir de cultura, o que incluiria por exemplo, uma visita ao cinema, teatro ou museu. E as 6 passagens diárias cedidas até então são insuficientes muitas vezes para tal..)
Passeata do dia 19 de março: Jardim Botânico fechada!
Havia sido vinculado no programa de Rádio “ A Voz do Brasil”, que o rio card seria suspenso no próximo dia 20. Reagindo a esta afronta, os estudantes dos colégios Cap- UFRJ, C.E André Mourois e C.E Inácio Azevedo Amaral marcaram uma mini passeata para o dia 19, para fechar a jardim Botânico e se fazer escutar. Embora tenha tido alguns inconvenientes, o saldo da passeata foi boa, pois conseguiu trazer novamente a mídia a questão do passe livre que seria cortado. Mas esta, só seria uma preliminar da que realmente aconteceria no dia 28 de março...
Passeata do dia 28 de março: Centro da Cidade Parado;
28 de março de 1968: O estudante Édson Luiz foi morto por polícias em confronto de manifestantes, em plana ditadura militar. Desde então, o dia tem sido consagrado como o dia do estudante, em sua homenagem.
28 de março de 2007: Mais de 5000 estudantes param as ruas do Centro, para clamar pelos seus direitos, e se fazer ouvir.
A passeata, com cunho pacífico, marchou pela Rio Branco (trazendo uma grande onda de manifestantes), passou pelo MEC e caminhou até o Tribunal de Justiça. Neste pequeno trajeto é que começaram as primeiras turbulências: uma briga entre os estudantes que estavam no carro de som fez com que o único microfone fosse quebrado, e a passeata ficasse sem uma voz de comando. Um pouco depois, segundo os policias “por causa de uma pedra jogada no Tribunal de Justiça” a policia se viu no direito de avançar violentamente em vários manifestantes. Mas não iria parar por ali...
Os manifestantes se estabeleceram de novo, ocuparam as escadarias da Alerj e fecharam a primeiro de março. Aí começou o maior ponto de tensão: chegou o choque. Os estudantes fizeram uma barreira humana para a primeiro de março, até que muitos dispersaram e começou o ataque de gases lacrimogêneos. A resistência continuou.. Foi feita uma barricada, mas poucos estudantes permaneceram no local. Aqueles que apenas querem os seus direitos foram mais uma vez duramente reprimidos pela máquina do estado sob uma justificativa que englobaria uma parcela mínima de um grupo enorme como aquele... (aliás, até o Caveirão apareceu por lá...)
Entretanto, mais uma vez, o saldo dessa passeata foi positivo. Para quem dizia que o estudante estava alienado e que seria impossível uma grande mobilização, estava errado. Infelizmente, a mídia distorceu os fatos e tratou todo um movimento estudantil com organização e fundo ideológico inclusive, como uma grande baderna. Alguns policiais foram atrás de grêmios como o do Iserj. Eles podem querer nos reprimir, nos caluniar, mas não irão calar nossa voz.
esse texto foi feito por Karen Barbosa e Ananias Matos Arrais do Cap -UFRJ; amigos do cpII ;)
em 2007
4 comentários:
Fato é que todos esses estudantes que ficarão privados do rio card são pessoas ricas da classe média capazes de pagar suas próprias passagens.
Não que o estudante não tenha direito ao passe livre, muito pelo contrário...Mas essa luta dos estudantes só acontece por não terem nada pelo que lutarem.É falta do que fazer e formas de combates ao poder público (passeata por exemplo), que já estão obsoletas e infrutíferas a muito tempo.
Hor, com certeza você é um bom entendedor do movimento.
Começando pelo falo de saber os terriveis problemas historicos de segregação social sobre as classes mais pobres.Segundo por tambem entender que o problema do transporte urbano não acontece de hoje.Terceiro que a evasão escolar muitas vezes acontece pela não possibilidade do aluno chegar ao colégio.Quarto que os usuários de riocard são de escola pública, e como o nome já diz, não é privada.Quinto entender que os estudantes lutam por um direito ameaçado e que pode causar graves danos a educação, cá pra nós já vem sendo desmantelada a mais de uma década.Sexto por ver nos únicos heróis que sobraram dentre tantos outros ,que antes se indignavam com tamanha injustiça, dizer de suas únicas ferramentas de luta são imprestaveis.Realmente seu cometário é muito menos obsoleto e frutífero.
Sempre bom ver que as pessoas estarão abertas ao que você vai dizer, não serão unilaterais e intolerantes, não usarão de ironia e farão um esforço para entender seu ponto de vista, não é?
Unilateral?
Voce me diz que quem usa o riocard sao pessoas ricas de classe média.Diz tambem que o movimento faz passeata por falta do que fazer.
Intolerante?
Boa palavra, sou intolerante não só a esse pensamento alienado pequeno-burgues ou reacionário-subjetivo,sou intolerante com muitas outras injustiças..
Mas cara, continue postando, quem sabe um dia voce nao reve seus conceitos.
Postar um comentário